quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Voando

Achei que poderia ganhar um bolo. A proposta súbita poderia ter confundido. E confusão dá medo na gente. Não marquei o tempo, tentando fugir ingênua de uma ansiedade inevitável. Cara de sono, cabelos despenteados pela chuva de uma tarde que deveria ter sido quente. E a noite, que tornava as ruas desertas e as minhas mãos aflitas era fria; um vento gelado endurecia uma espera. Cheguei a contar segundo por segundo, enquanto alguma voz enganosa dizia que você não vinha. Cheguei a ouvir motores e sentir o coração acelerando. Mas nunca era você, já me consolava.
Eis que eu enxergo seus olhos se escondendo ao se aproximarem. E eu tentava esconder as mãos aflitas com meu sorriso trêmulo.

Eu simplesmente não parava de sorrir!

Quando o motor foi desligado meu coração já estava reduzido, acalmado pelo vento. Nossos assuntos se embolavam entre enganos e faltas. Me faltava o que falar, mas me sobravam palavras. Todas elas pulando da minha boca em direção a caminho algum. Sentia a todo momento meus olhos úmidos. E quase não tive coragem de olhar os seus.
Entre pedras fora de lugar e calçadas úmidas andamos lado a lado sem certeza de onde poderíamos chegar.

E eu simplesmente não parava de sorrir!

Parece que passei horas na garupa de alguém que só queria me levar ao ponto mais alto. Foi como se eu voasse nas suas asas, sem pressa de pousar.

E até agora eu não parei de sorrir!

4 comentários:

Fênix! disse...

Simplesmente me transporto para outro lugar com seus textos.
São ótimos! Parabéns.

Um beijo!

J. disse...

Cara de sorte esse do texto, por um momento desejei sê-lo!

Anônimo disse...

Primeira vez que passo por aqui e, não me contenho, tenho de dizer que adorei seus textos...
Vc sabe bem traduzir sentimentos em palavras!
Estuda na Ufop? algo em comum, rsrsrs...

Fênix! disse...

Tem presente pra você lá no Resoluções.

Um beijo!Tem presente pra você lá no Resoluções.

Um beijo!