sexta-feira, 20 de novembro de 2009

descoordenada

depois que saí de lá, decepcionada comigo e com a falta de sorte (é, não era meu dia), fiquei ainda com a voz dele na cabeça. ele tem voz de malandro. no caso dele, de mano. quase nenhuma característica dele me interessa. a não ser o olhar. ele olha diferente. parece que tá olhando mais fundo. mas eu sei que ele não me enxerga bem. ninguém enxerga, por que ele enxergaria?
saí de lá pra almoçar, sem fome. nem a coca eu tomei direito. bateu tristeza assim, do nada... será que misturou tudo com a ressaca? tosse, medo, nervosismo. e eu com uma sensação de que o mundo só tem me feito de boba. parece que eu tenho me iludido além da medida. de novo, essa droga de ilusão! essa coisa que me ronda. tem hora que é tudo tão intenso, que chego a pensar na possibilidade de ser tudo, mas tudo mesmo, pura ilusão.
deu vontade de chorar agora. deu preguiça. nem sumir adiantaria. talvez eu esteja precisando de um colo. talvez um porre. mas sem muita gente. talvez eu, comigo mesma.
esse verão queimando minhas costas. e eu por dentro com desejo de inverno e chuva. uma tempestade triste durante a madrugada inteira aqui em mim. mas eu tava querendo tanto esse verão... por que isso, então?
agora eu tenho é medo. não sei mais se quero que acabe tudo logo. nem sei, na verdade, se quero que comece.

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